Lançada chamada de artigos para edição n. 8 (2019) sobre arquivos de instituições médicas e de saúde
"Arquivos de instituições médicas e de saúde" será o tema central da Revista do Arquivo nº 8, a ser lançada em abril de 2019.
Com a chegada de D. João VI em 1808 e a instauração do Império, as ações de Saúde Pública no Brasil ganham relevância política e são abrigadas em estruturas administrativas bastante distintas, impactadas pela institucionalização da Medicina, criação das duas Faculdades de Medicina no Rio de Janeiro e na Bahia e estruturação de estabelecimentos voltados às questões de ordem sanitária, principalmente nas grandes cidades.
A centralização político-administrativa no Governo Vargas, a partir de 1930, altera o pacto federativo instituído pela República em 1889 e traz nova configuração da extensão e presença da Saúde Pública nos municípios e estados, desvinculando-a de outras funções, como Educação e Assistência Social. Tais movimentos se potencializaram com a chegada do Movimento Preventivista nos anos de 1950, com atenção cada vez maior para as áreas interioranas, ao mesmo tempo em que se aprofundaria a crise previdenciária dos anos de 1960, fazendo confluir o Movimento da Reforma Sanitária na década de 1970 e a criação do Sistema Único de Saúde em 1988.
Documentos com informações primorosas
A Saúde é síntese de várias determinações relacionadas com a reprodução da vida humana na sociedade. Portanto, os documentos que registram essa atividade refletem múltiplos aspectos que os tornam ricos de informações e flagram a vida humana sob ótica privilegiada. Imagine-se a gama de informações contidas em prontuário médico, em relatório de pesquisas de caráter epidemiológico, os registros de estudos de desenvolvimento de uma vacina, atestados de óbito, notificações de doenças contagiosas ou relatórios técnicos administrativos. Ou seja, sob quaisquer perspectivas, a documentação produzida na área da saúde é primorosa, tanto sob a ótica dos estudos da história das práticas médicas e da história da ciência, quanto sob a perspectiva da história sociocultural. A documentação da saúde pública é particularmente atraente e reveladora de práticas sociais que extrapolam sobejamente o binômio doença/cura da população.
Alguns levantamentos de instituições arquivísticas revelam que relativamente pequena quantidade de documentos com potencial “valor histórico” sobreviveu às variadas práticas administrativas pouco afeitas à preservação da memória institucional. E o pouco que nos resta aparece de forma fragmentada e desconexa. Certamente, milhares de documentos riquíssimos, do ponto de vista de seu potencial informativo e científico, encontram-se também dispersos em condições muito precárias pelo país afora.
Um olhar atento para tais configurações se mostra urgente aos estudiosos da arquivística e das mais variadas perspectivas historiográficas, quer pela riqueza documental, quer pela singularidade das atividades de produção, recolhimento e guarda dessa documentação.
Neste contexto descrito, a Revista do Arquivo propõe reflexões balizadas nas seguintes abordagens:
- Artigos com diagnósticos e/ou históricos de arquivos de instituições da área médica e de saúde;
- Estudos de tipologias documentais de instituições da área médica e de saúde;
- Estudos a partir de arquivos privados, institucionais e/ou pessoais da área de saúde;
- Política de gestão e acesso a dados e informações de documentos de arquivos de instituições médicas, científicas e de saúde;
- Ética profissional e a gestão de arquivos;
- Preservação e gestão de documentos em instituições da área médica, científica e de saúde em geral;
- Gestão dos Sistemas de Arquivos Médicos e Estatísticos (SAMEs);
- O prontuário eletrônico e os desafios da gestão dos documentos digitais na área médica e de saúde;
- Artigos decorrentes de estudos na área médica e de saúde, cujas pesquisas destacam os documentos de arquivo.
Essas são sugestões para instigar a escrita de artigos para a seção Dossiê Temático desta edição da Revista do Arquivo Público do Estado de São Paulo.
Pedimos que os trabalhos sejam enviados até dia 4 de fevereiro de 2019 para o e-mail revistadoarquivo@arquivoestado.sp.gov.br, observando-se as normas estabelecidas para esta publicação disponibilizadas no link: http://www.arquivoestado.sp.gov.br/revista_do_arquivo/normas_para_publicacao.php
Chamada para seção Vitrine
Convidamos os leitores a contribuírem com crônicas, relatos de experiências, dos mais diversos tipos, para compor a seção da revista. Os selecionados pela equipe editorial serão publicados na seção Vitrine da revista. Não é necessária a vinculação do conteúdo com o tema da revista. Os textos não deverão ultrapassar o limite de 5.000 caracteres. Saiba mais:
http://www.arquivoestado.sp.gov.br/revista_do_arquivo/03/vitrine_01.php#inicio_artigo
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Tema geral da edição nº 9 (outubro de 2019): Acesso à informação e proteção de dados pessoais.
Tema geral da edição nº 10 (abril de 2020): Difusão em arquivos.