Lançada chamada de artigos para edição nº 10 (2020) sobre difusão nos arquivos
Comunicação, ação cultural, disseminação, marketing,
mediação cultural: para que serve a difusão nos arquivos?
Submissão: até 29 de novembro de 2019
O periódico do APESP torna pública chamada de artigos sobre o tema geral difusão nos arquivos, com data limite para submissão o dia 29 de novembro de 2019.
O tema da difusão nos arquivos ainda tem pouca expressão na produção teórica da área. Nada de surpreendente se pensarmos que poucos arquivos possuem condições materiais e pessoal especializado para sustentar atividades estruturadas de difusão e comunicação. Os arquivos se assentam no tripé de atividades essenciais de gestão, preservação e acesso, mas difusão é atividade de muita importância.
Divulgação, propagação, transmissão, multiplicação, disseminação, comunicação. O significado da palavra difusão é bastante genérico e, aparentemente, óbvio. Talvez por este motivo o termo foi começou a ser utilizado como sintetizador das atividades que têm por objetivo estabelecer uma ponte de comunicação entre os arquivos e a sociedade. Daí a importância de se estimular reflexão na área desde mesmo o conceito de difusão. E mais: Difundir o que? Para quem? E como?
Partimos do pressuposto de que difusão é ainda um conceito em construção na arquivologia, como tantos outros. O Dicionário de Terminologia Arquivística sob coordenação de Ana Maria de Almeida Camargo e Heloísa Bellotto (2005), embora não proponha verbete sobre difusão, aborda o termo como um tema ligado à Acesso e Utilização, vinculando-os aos verbetes “serviço de apoio cultural”, “serviço educativo”, “serviço de referência”, entre outros
No Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística do Arquivo Nacional (DBTA, 2005), o termo difusão aparece acidentalmente na definição de disseminação. Por outro lado, a definição parece se revelar no verbete divulgação, cujo significado ali aparece nesses termos: “Conjunto de atividades destinadas a aproximar o público dos arquivos por meio de publicações e da promoção de eventos, como exposições e conferências”.
Na obra assinada por Cunha & Cavalcanti (2008), o verbete difusão lá aparece prometido com variadas definições, mas que, ao cabo, nos frustra com sentidos pouco agregadores. Ainda assim, destaca-se essa vaga definição: “Comunicação que pode ser recebida por todos os nós de uma rede”.
Já alguns teóricos das chamadas Ciências da Informação oferecem o conceito de mediação cultural, “tais como a produção audiovisual, efeméride histórica, recital, mesa-redonda, mostra de arte, oficina e concerto”, distinguindo-o do conceito de difusão “cujo objetivo último é a acessibilidade via produtos e serviços, tais como publicação de instrumentos de pesquisa online, serviço de referência, atendimento por e-mail e serviço reprográfico” (Aldabalde & Rodrigues, 2015).
Ainda nessa variante da Ciência da Informação, apoiados no propalado paradigma da “pós custódia”, há autores que enxergam a difusão nos marcos das políticas de promoção do acesso à informação, estudo de usuários, estratégias de marketing, estudo de competências informacionais do público e ao papel do arquivista (mediador), em detrimento de abordagem nas formas e produtos culturais (Rockembach, 2015).
Interessante notar que a noção de difusão, com muita frequência, aparece vinculada à vaga expressão de atividades culturais. Nas traduções do verbete do citado DBTA, esse vínculo aparece em algumas línguas. Na língua espanhola a definição “evoluiu” de programa de atividades culturales para difusión. No idioma francês a sequência de variação foi de programme de vulgarisation para activités culturelles e definida por action culturelle; já a língua italiana opta por programma promozionale o di diffusione.
Não obstante essa variação nas definições, o arco de atividades que podem ser enquadradas dentro do que se convenciona chamar de difusão é largo, desde conversas interpessoais do cotidiano, até eventos de grande envergadura, passando-se pela elaboração dos instrumentos de pesquisa. Nesse sentido, muitos diálogos e análises podem ser objeto de reflexão na área:
- Práticas de difusão cultural nos arquivos;
- Para além de ações culturais, política de difusão;
- Difusão para quem: estudo de usuário e de demanda de consulta;
- Difusão em arquivos, bibliotecas e museus: proximidades e distanciamentos;
- Comunicação, marketing e difusão nos arquivos;
- Mediação cultural e/ou difusão nos arquivos;
- O papel da difusão dos arquivos para a sensibilização de gestores;
- Atendimento ao público nos arquivos;
- Periódicos, publicações impressas e eletrônicas;
- Seminários, oficinas técnicas, capacitações;
- Exposições, visitas monitoradas e oficinas pedagógicas;
- Documentos como monumentos versus difusão de acervo;
- Avaliação documental, patrimônio público e educação patrimonial nos arquivos;
- Traduções, transcrições paleográficas e publicações técnicas como forma de difusão;
- História local, arquivo e cultura na cidade;
- Usos da rede web na prática de difusão;
- Sítios, portais eletrônicos e redes sociais nos arquivos;
- Ação Educativa: rede social para além da escola;
- O lugar dos arquivos nos editais e projetos culturais;
- O papel da difusão dos arquivos como orientação para pesquisas e produção acadêmica;
- Tratamento técnico e difusão nos arquivos: potencialização e conflitos;
- Acesso à informação e direitos autorais: limites à difusão nos arquivos;
- Difusão 2.0 (colaborativa): como o usuário pode divulgar o arquivo;
- Avaliação de desempenho das ações de difusão.
Essas são algumas balizas para instigar a escrita de artigos para a seção Dossiê temático da edição nº 10 da Revista do Arquivo Público do Estado de São Paulo, a ser publicada em abril de 2020.
Pedimos que os trabalhos sejam enviados até dia 29 de novembro de 2019 para o e-mail revistadoarquivo@arquivoestado.sp.gov.br, observando-se as normas estabelecidas para esta publicação disponibilizadas no link:
http://www.arquivoestado.sp.gov.br/revista_do_arquivo/normas_para_publicacao.php
CHAMADA PARA SEÇÃO VITRINE
Convidamos os leitores a contribuírem com crônicas, relatos de experiências, dos mais diversos tipos, para compor a seção da revista. Os selecionados pela equipe editorial serão publicados na seção Vitrine da revista. Não é necessária a vinculação do conteúdo com o tema da revista. Os textos não deverão ultrapassar o limite de 5.000 caracteres.