Pablo Coquillat: O arquiteto e urbanista que “mora” nos arquivos em que pesquisa

Pablo Coquillat: O arquiteto e urbanista que “mora” nos arquivos em que pesquisa

O arquiteto e pesquisador espanhol Pablo Coquillat Mora fala de sua admiração pelos arquivos brasileiros, em especial o Arquivo Público do Estado de São Paulo (APESP). Nesta entrevista, que teve participação da diretora do Núcleo de Acervo Cartográfico, Janaina Yamamoto, ele conta mais sobre suas investigações envolvendo o desenvolvimento urbano na região da Santa Efigênia e planejamento dos parques da capital paulista na virada do século XX, a partir de documentos produzidos principalmente pela Secretaria de Agricultura, Comércio e Obras Públicas (SACOP) e Instituto Geográfico e Cartográfico (IGC) , ambos custodiados pelo APESP; além de outros conjuntos disponibilizados pelo Arquivo Municipal, pelo Museu Paulista (nosso querido Museu do Ipiranga) e pela Junta Comercial.

Pablo Coquillat Mora é natural de Elche, na região de Valência, no sudeste espanhol. Doutor em Arquitetura (Espanha e Colômbia) com menção especial no Prêmio Extraordinário da Universidade Politécnica de Valência (Departamento de Urbanismo). Formado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de Alicante. Entre 2010 e 2012 participou do programa de intercâmbio doutoral Erasmus Mundus na Universidade de São Paulo (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo), residindo aqui até 2017. Entre 2019 e 2020 atuou como professor titular da Universidade Santo Tomás (Bucaramanga, Colômbia). O seu trabalho de investigação centra-se no estudo do setor terciário, da localização e das atividades de planejamento territorial e urbano em cidades da América Latina e Espanha. Atualmente é professor de projetos de planejamento urbano no mestrado da Universidade Politécnica de Valência e, também atua como arquiteto na prefeitura de Crevillent, na Espanha.

Qual foi o contexto da sua vinda ao Brasil, considerando a sua trajetória profissional e sua formação acadêmica?

Pablo: O contexto em que eu vim para cá era no ano 2008, 2009, eu tomo a decisão de tentar procurar uma maneira de vir para o Brasil. Eu tinha conhecido através da Lina Bo Bardi algumas das edificações, das obras que ela tinha apresentado aqui e fiquei impressionado. E aí depois, no ano de 2009, decidi fazer o doutorado na Politécnica de Valência com a intenção de procurar um intercâmbio aqui na Universidade de São Paulo. Isso foi atingido e a partir de 2010, eu vim para cá com intenções muito diferentes de fazer pesquisa, porque eu vinha mais do ramo da arquitetura mesmo, menos da pesquisa e mais da arquitetura. E, aos poucos fui entrando nessas dinâmicas da formação, [cursando] disciplinas tanto em Valência quanto em São Paulo, e depois já o período da pesquisa, mais sério ao longo dos anos 2013 a 2017.

Como aconteceu a definição do seu objeto de pesquisa, a ponto de te trazer para o Arquivo do Estado? Como foi o primeiro contato com o acervo do Arquivo do Estado, o que você pesquisou aqui?

Pablo: O objeto de pesquisa e a relação do objeto de pesquisa com o pesquisador é muito difícil e ela vai mudando ao longo do tempo, dos anos. Então você cria uma hipótese inicial e vai vendo quais que são as melhores condições para provar essa hipótese. A partir do ano de 2015, entro em contato já com o objeto de estudo mais direto, que seria a região de Santa Efigênia (em São Paulo), a chamada antiga Freguesia de Santa Efigênia, e começo a procurar nos arquivos históricos, primeiro pelo Arquivo Histórico Municipal e depois eu chego aqui no APESP, no Arquivo Público do Estado de São Paulo. E, também vou consultando outros arquivos, mas essa foi a minha chegada principal, na procura de cartografias que pudessem subsidiar a pesquisa.

Sobre sua experiência de pesquisar em arquivos, quando você chega aqui no Arquivo do Estado, já tinha a experiência de pesquisador, seja lá na Espanha, seja em outros lugares? Ou foi aqui que você começou a desenvolver essa habilidade da pesquisa?

Pablo: Absolutamente! Foi aqui, eu não tinha feito pesquisa nenhuma na Espanha. Então eu me deparo com uma situação em que, se eu quiser criar informações de primeira mão, criar conhecimento que não estivesse baseado em referências bibliográficas secundárias, teria que ter as minhas próprias fontes. Isso foi quando eu tomei a decisão de pesquisar nos arquivos históricos, no Arquivo Público do Estado.

Janaina, quando o Pablo fala da ocupação ali da região da Santa Efigênia, a gente tem alguns documentos que viraram marcos sobre essa temática. Então conta um pouquinho qual é o fundo, qual o órgão gerador desses documentos, como eles estão organizados?

Janaina: Enquanto o Pablo falava, eu vi que na pesquisa ele focou mais no nosso acervo produzido pela Secretaria de Agricultura, Comércio e Obras Públicas (SACOP), que é muito grande, de uma secretaria que abarcava toda essa coleção de obras públicas, e tudo o que se remete a isso.

Folha envelhecida desdobrada apresentando planta com cerca de 60 quarteirões de um bairro
Planta cadastral da cidade de São Paulo – Sta Ephigenia (1892) inclusa no relatório da comissão de cortiços (1893)

[O documento que virou referência, inclusive sendo objeto de publicação como fac-símile pelo Arquivo do Estado, é o relatório produzido em 1893 por uma comissão criada especificamente para inspecionar as condições sanitárias das cortiços na região de Santa Efigênia, trazendo detalhadamente a planta de cada edificação e a relação de nomes e profissões dos seus moradores. O Arquivo ainda disponibiliza em seu site institucional uma plataforma de pesquisa interativa. As 65 fichas de coleta de dados da inspeção sanitária contém localização das moradias, nomes dos proprietários e inquilinos, etnia dos moradores, as condições das habitações e as ações necessárias para prover as casas de condições de higiene. Por meio do banco de dados, é possível acessar as fichas pelo nome do proprietário, endereço, nacionalidade e nome de inquilino.]

E que outros arquivos você lembra de ter consultado aqui ou que outros documentos, especialmente, ficaram registrados na tua memória por conta de terem sido úteis para provar alguma hipótese tua?

Pablo: Eu acho que o arquivo que mais consultei foi o Arquivo Histórico Municipal Washington Luís, por conter os processos justificatórios, se não me lembro mal, a partir da década de 70 do século XIX, até os anos 1930. A partir dos anos 30, já não dava para consultar esses processos justificatórios que, na verdade, atuavam como alvarás, projetos apresentados para obter o alvará de licença de construção. A partir da década de 30 do século XX, esses documentos já são custodiados pelo arquivo vivo da Prefeitura, o chamado informalmente Arquivo do Piqueri, que também foi largamente consultado por mim, nas dependências da Prefeitura.

Uma outra consulta importante foi no Museu Paulista, que tem algumas cartografias da região de São Paulo, algumas cartografias com uma abrangência importante e, também incorpora o arquivo Aguirra, que é muito importante, do qual consegui salvar algumas imagens, mas eu não consegui explorar toda a potencialidade que tem naquele arquivo muito rico em informações.

Um outro arquivo que usei foi o da Jucesp, a Junta Comercial de São Paulo. E depois também nas dependências da Prefeitura, eu fui solicitando processos de desapropriação, assim como algumas documentações relativas ao valor da cidade. Então, juntamente também com as próprias documentações que eram obtidas na FAU-USP, através de referências bibliográficas, daquela maneira, mais ou menos trabalhando com 5 ou 6 acervos/arquivos diferentes, eu consegui completar o conjunto de pesquisa. Mas uma das coisas que eu me deparei fazendo essa pesquisa aqui em São Paulo foi a riqueza dos acervos, que inclusive eu, na primeira parte da tese, quando entro com os agradecimentos, faço um agradecimento a todo esse conjunto de instituições que zelam e guardam os arquivos históricos, de uma riqueza incrível que não encontrei em outros países.

Quando eu apresentava esses documentos cartográficos para o meu orientador, para o pessoal lá em Valência, eles não acreditavam na qualidade de alguns planos que foram feitos, por exemplo, no século XVII, por engenheiros portugueses que vieram aqui levantar as cidades. Então para mim foi uma grande descoberta e uma grande alegria saber que tudo isso foi registrado e que a gente consegue reconstruir de uma maneira mais digna ou mais rica a história através dos arquivos.

Você citou como um dos seus interesses de pesquisa os parques, a organização, o planejamento dos parques [da cidade]. Você pode citar alguns desses documentos de parques que encontrou na sua pesquisa?

Aqui no APESP eu encontrei, por acaso também, umas plantas dos parques mais conhecidos da cidade, ali no Centro, que são: Praça da República, Anhangabaú, Jardim da Luz e o Largo do Arouche, entre outros parques que apareceram.

Eram imagens que sintetizavam muito bem, um desenho muito simples, de linha muito simples daqueles parques que estavam sendo feitos ou projetados no começo do século XX, quando foi chamado por Victor da Silva Freire, da Repartição de Planejamento Urbano e Obras Públicas, se não me engano, o arquiteto Joseph-Antoine Bouvard, um francês que estava trabalhando na Argentina no planejamento de Buenos Aires e veio fazer o projeto do Anhangabaú, na época dos melhoramentos e embelezamento da cidade. E aí ele fez uma primeira proposta, que depois eu acho que foi confrontada com a proposta do estado, que era defendida por Christiano Stockler das Neves. E quando você pega essa primeira planta e depois vai vendo os outros jardins da cidade que foram projetados na mesma época, por esse estudo comparativo dá para entender perfeitamente qual era a moda, o estilo ou a proposta defendida naquela época. Então essa maneira do pesquisador conseguir pegar diferentes fontes, diferentes plantas, diferentes projetos, colocar numa planilha, e comparar entre eles, e falar “olha, isso era a tipologia de espaço público que estava sendo discutida e proposta na época. Depois vai passar o tempo e vamos ter outras propostas. Mas naquela época era isso daí.”

Mosaico composto de 6 grupos de plantas baixas de parques em linhas pretas sobre fundo branco
Mosaico de plantas baixas de praças/parques paulistanos na década de 1910: (1) Anhangabaú; (2) Buenos Aires, Cor.Jesus, Oswaldo Cruz; (3) Luz, Olavo Bilac; (4) Trianon; (5) República, Pr. Isabel, Patriarca, Ale. Herculano; (6) Dom Pedro II

Janaína: Quando eu vi na tese do Pablo esse mosaico que ele fez, eu achei muito interessante, porque por mais que a gente soubesse informalmente que essa era uma política de planejamento dos parques, quando visualizamos isso, um do lado do outro, fica muito óbvio, muito claro. Eu achei muito bacana esse mosaico feito por ele na tese.

Você vê que aprendemos muito com os pesquisadores também. E como é que foi essa relação do inverso, [quando] é esperado que o funcionário do Arquivo passe orientações, passe instruções e que o pesquisador vá se reorientando, vá aprendendo? Conta como é que foi um pouco dessa tua experiência de reorientar sua rota, de receber informações novas, de aprender coisas com o pessoal do Arquivo.

Pablo: Para mim foi uma surpresa entrar nos arquivos. Eu nunca tinha entrado em arquivos históricos, simplesmente em bibliotecas para consultar livros. Aí quando entrei (em um Arquivo), eu achava que ia buscar uma informação, uma documentação, simplesmente iriam me indicar onde eu poderia encontrar ela e pronto, eu fazia meu trabalho. Mas na verdade os funcionários dos arquivos estão bem preparados para saber direcionar o seu trabalho, de uma maneira mais eficiente possível, para você não demorar muito tempo, ou encontrar aquilo que você está buscando, ou dirigir a sua busca. Você não pensou que haveria outras plantas e eles vão abrindo um pouco as possibilidades.

Essa interação do pesquisador e do funcionário que trabalha no arquivo é fundamental para fazer com que o pesquisador não perca mais do pouco tempo que ele tem para pesquisar milhões de documentos.

E, nesse caso, quando eu cheguei aqui, por exemplo, eu fiquei surpreso como a Janaina era generosa no sentido de explicar quais eram os acervos que tinha o Arquivo e quais eram os documentos que eu poderia consultar. E a maneira rápida também com que foi propiciado que algumas das plantas que eu estava descobrindo aqui no Arquivo fossem digitalizadas. Na hora que eu estava aqui foi feito um pedido e 20 minutos depois a planta chegou digitalizada no meu correio [e-mail]. Foi muito ágil, muito rápido esse gerenciamento.

Foto de homem branco de cerca de 40 anos, vestindo camisa preta, posa entre um senhor grisalho de camiseta vermelha e uma mulher de cabelo liso escuro e óculos com blusa escura, com uma janela ao fundo
Pablo Coquillat, entre o funcionário Elzio da Silva e Janaina Yamamoto, diretora do cartográfico

Eu acho fundamental cultivar essa relação de pesquisadores que, durante uma certa época da sua vida de pesquisa, “moram” diretamente nos arquivos e passam a formar parte da família dos funcionários, somos funcionários externos.

Deveríamos até pedir para pagarem um pouquinho para eles, né? Porque eles estão meio que alimentando, ou fazendo grande, aquilo que contém os arquivos.

Janaína: Agradeço a colocação, mas acho que a gente tem a sorte de no [setor] Cartográfico, ter bastante geógrafos, na equipe e isso muda muito. Temos um funcionário antigo da casa, o Élzio, que é conhecido por todos os pesquisadores.

Sobre o conhecimento do acervo, Janaína, conta um pouquinho mais pra nós sobre essas plantas dos parques ali do Centro. Em qual fundo eles estão custodiados aqui no APESP?

Janaína: O Pablo pesquisou muito do fundo chamado ‘APESP’, que era uma coleção que o Arquivo tinha e que criou-se um fundo para isso. Ele pesquisou muita coisa da SACOP, que era essa grande Secretaria, e bastante coisa também do IGC, um órgão técnico que lá atrás era a Comissão Geográfica e Geológica, aí virou Instituto Geográfico e Geológico e, por fim, continua até hoje.

Hoje você já se considera um pesquisador experiente. Quais são as suas dicas para um pesquisador iniciante que tem interesse de pesquisa nesse tipo de documentação cartográfica, de mapas, plantas e projetos?

Pablo: Eu acho que eles deveriam tentar fugir das referências secundárias, das fontes secundárias, porque o pesquisador no começo fica tremendo de medo por não ter uma proposta original, e tudo o que ele lê são coisas que já foram faladas e melhor faladas por outras pessoas que se dedicaram na vida inteira para pesquisar sobre um assunto.

Então, quando você fica no livro, lendo, lendo e lendo, no final, não chega numa conclusão, não chega a uma proposta genuína. O que faz a proposta genuína funcionar? Entrar no acervo, entrar no arquivo!

Você vai lá para os fundos, vai pedindo, e aí é onde começa a funcionar, onde você, como pesquisador, começa a se ativar, não simplesmente como a pessoa que está lendo, mas como pesquisador, mesmo com uma proposta própria que depois vai se reajustando na medida em que você vai lidando com os documentos do acervo.

Acontece como no conhecimento, na medida em que você começa a ver essa brecha, essa fresta, você quer mais e vai ampliando, vai puxando para ver se encontra algumas documentações a mais. Por quê? Porque na medida em que você ampliar as documentações, as suas hipóteses vão ficar mais certeiras, mais refinadas, na medida em que a escala do estudo for maior.

A proposta para o pesquisador que está entrando, seria desfrutar, cuidar muito do material e desfrutar com a descoberta que traz se aprofundar nos arquivos.

Pablo, quais os produtos que foram gerados a partir da sua pesquisa em arquivos? Você conseguiu materializar esse conhecimento na forma do quê?

Pablo: A pesquisa se transformou em uma tese de doutorado que, inclusive, essa semana estive em conversas com a FAU-USP para tentar trazer [para o Arquivo] essa pesquisa que está na Biblioteca da FAU e tentar incorporar [ao acervo], porque ela fala justamente sobre São Paulo. Então, faz todo sentido que a própria Universidade custodie um exemplar dessa tese de doutorado. E depois, o que foi obtido através da leitura dos documentos que foram usados. Foi toda uma série de conclusões, por exemplo, para reconstruir cartograficamente, como foi criada a região de Santa Efigênia. Tem vários textos, inclusive tem um livro dos bairros de São Paulo que o Clóvis Ataíde Jorge escreveu, embora tenha algumas discussões sobre se essas informações são absolutamente corretas ou não, mas tem muitas informações textuais de como foi feito, construído, projetado ou planejado esse bairro. No entanto, não tem tantas informações cartográficas. Então o uso dessas cartografias que eu encontrava aqui, por exemplo, aquela imagem do relatório, aquele plano do relatório dos cortiços, que é absolutamente genial, um plano que foi feito, se não me engano, no ano de 1888, por um engenheiro Bacelar, ajudaram a subsidiar essa reconstrução morfológica cartográfica, daí que a gente consiga tirar algumas hipóteses, não só a partir dos textos, mas também das leituras das cartografias.

Assim como também foi evoluindo a edificação aqui em São Paulo, que a gente vinha construindo com taipa de pilão as construções coloniais ou imperiais e depois foi mudando para o tijolo, depois entrou em concreto armado, depois aço. Enfim, uma série de mudanças que os arquivos permitem reconstruir ao longo do tempo, ao longo de 150 anos em que são bem documentadas essas informações.

Como produto de pesquisa, também tenho um manual didático que eu preparei para aquela universidade de Santo Tomás, em Bucaramanga, na Colômbia. Também tenho vários artigos científicos em revistas de divulgação científica, de alto impacto também, que foram aceitos já como material, como produtos da pesquisa.

Então é isso, o pesquisador, depois de criar a investigação na pesquisa, precisa divulgar seus resultados.

Esse espaço é justamente para isso, né? A seção Intérpretes do Acervo, que já faz parte da Revista do Arquivo há 15 edições, agora está ganhando mais uma plataforma, no gênero sonoro, e dando essa oportunidade, dando voz para os pesquisadores falarem sobre o seu processo de investigação, sobre os resultados de suas pesquisas. Foi um prazer receber você, Pablo, e contar também com a participação da Janaina nessa conversa.

Confira aqui fotos do pesquisador Pablo Coquillat em visita ao Núcleo de Acervo Cartográfico, interagindo com as diretoras e demais colaboradores do setor. Apresentamos também alguns documentos do acervo do APESP que foram fonte de pesquisa para Pablo.

  • Foto de mulher de cabelo escuro e óculos apontando para homem de cabelo escuro, ambos de máscara, à frente de um mapa disposto sobre mesa.
    Janaina e Pablo observam mapa da cidade de São Paulo (1850)

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